O Epicurista Portuense

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Um Blog de prazeres profundos, mesmo que por vezes muito simples...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Novo Endereço

Ao fim de três meses, este blog vai ter uma nova morada, agora nacional, na portuguesa plataforma da blogosfera SAPO.

sexta-feira, 9 de março de 2012

PORTO> RESTAURANTE PORTUCALE


O Restaurante Portucale mora na Rua da Alegria – 598, no 13º andar, num edifício conhecido por Cooperativa dos Pedreiros. Aberto todos os dias, é aconselhável ao jantar chegar antes das 22h30, no caso a mesa não esteja antecipadamente reservada.

Se uma casa de comida viver em tão elevado andar é pouco comum no nosso país, o facto de se localizar numa das zonas mais altas da cidade, permite uma vista panorâmica única sobre a cidade do Porto e Vila Nova de Gaia

A caminho dos 43 anos, mantém intocável o legado deixado por Ernesto de Azevedo, a alma do Portucale durante gerações. O interior é marcado por uma época, com um envolvimento de madeiras e alcatifas, com cadeiras tipo poltronas e candeeiros privativos em cada mesa, numa harmonia que em conjunto com a vidraça transmite um verdadeiro sentimento de requinte glamour de outras épocas, infelizmente cada vez mais perdido na actualidade.

A lista é generosa e diversificada, dividida entre Entradas, Sopas, Pratos de Ovos, Peixes, Carnes, Grelhados, Legumes, Saladas e Sugestões da Cozinha (Portuguesa e Internacional). Nas Entradas encontramos uma Concha de gambas gratinada, Corações de alcachofras com toucinho fumado, Crepes de camarão, Mil folhas de foie gras com trufas... Nas sopas, a de tomate com ovo escalfado, o Gaspacho andaluz…. Nos Peixes, o Bacalhau à marinheiro, o Cherne à mordomo, os Lombos de pescada à moda do chefe… Nas Carnes, o Cabrito estufado à serrana, o Magret de pato com molho de cebola e framboesa, o Bife à Portucale, a Perdiz estufada com castanhas, a Galinha do mato assada com castanhas, o Lombo de boi flamejado, as famosas tripas à moda do Porto… Os Doces e Queijos são vários e passeiam-se de carrinho pela sala.

A carta de vinhos é muito boa, extensa, mas também equilibrada.

EPICURISTA ME CONFESSO*****
Chegado ao 13º andar, abriu-me a porta o chefe de sala, impecavelmente vestido, aliás como a restante tripulação de sala, todos com fatos que parecem feitos à medida, azuis com riscas.

Sentado na poltrona, não sei se pela altitude e vista superior sobre o burgo, é transmitido um sentimento de liberdade e libertação que parece levar à abstração do mundo quotidiano.

Como abertura e para ir entretendo a boca, veio pão (aquecido), tostas, manteigas, bolinhos de bacalhau e croquetes, azeitonas, bola de carne e um pratinho com um chouriço com um toque de pimenta.

Depois, abri com um Gaspacho Andaluz, que à calda de vegetais muito bem trabalhada na cozinha, o comensal adiciona a seu gosto o pimento, tomate, pepino e croûtons.

Seguiu-se um Bife Tártaro com Whisky, confecionado à minha frente pelo empregado de sala, com manifesta arte e sabedoria, que antes de me ser servido foi levado à prova do mestre da cozinha. Volvido da prova, recebeu um pouco mais de pimenta e pronto. A acompanhar as tostas, feitas na hora. O Tártaro estava fantástico, um dos melhores que degustei até hoje, ao ponto de nem sequer ter sido preciso proceder a ajustes ao meu gosto com qualquer dos ingrediente que encontravam a rodear o prato.

Provei também o Chateaubriand com molho de cogumelos, acompanhado por umas batatas e legumes, que estava fabuloso. A carne em sangue de grande qualidade assim como o molho de cogumelos muito bem condimentado. Saliento ainda o apontamento de os cogumelos ficarem num carrinho na sala, sempre quentes e disponíveis durante a refeição, prontos a saciarem a vontade do comensal.

Não consegui fechar a refeição com queijos ou doces, porque apesar de o Portucale ser um restaurante de luxo, o espirito gastronómico não é minimalista, pelo que as dosagens também não.

A conta foi ambiciosa, mas confesso que não me arrependi de qualquer dos euros que investi, porque este tipo de requinte à mesa cada vez é mais raro, a envolvência é soberba, o serviço exemplar e de grande profissionalismo, ao que se soma uma gastronomia de grande qualidade. O jantar para duas pessoas ficou por €87,50: couvert (7€), Gaspacho Andaluz (€5), Bife Tártaro com Whisky (€24), Chateaubriand com cogumelos (€23,50), Quinta do Cotto – Tinto – 2008 (€22), Agua (3€), Cafés (€3).

Considero esta relíquia da gastronomia portuense uma autêntica joia da coroa. Uma verdadeira casa de comida e montra sobre a cidade, que recomendo e acho fundamental fazer parte da nossa história pessoal e de vivências, tendo-se obviamente possibilidade para isso. Espero que nunca caiam numa tendência de modernização do espaço, porque o que está bem e é intemporal não precisa de mudanças.

Bem-haja e obrigado pela grande felicidade que me proporcionou durante mais de 2 horas… Sem hesitação, nota máxima!

SITE: http://www.miradouro-portucale.com/

domingo, 4 de março de 2012

PORTO> FRANCESINHAS> BUFETE FASE



O Bufete Fase mora nas imediações da Praça do Marquês, na Rua Santa Catarina – 1143. Aberto de segunda a sábado, entre o meio-dia e as 21h30, e com uma pausa entre as 16h e as 18h para descanso das máquinas.
Casa muita afamada cá no burgo entre os fiéis comensais da francesinha, recheada de prémios e menções honrosas, tem construído ao longo de quase 30 anos o seu bom nome na praça, não caindo na tentação de passar do artesanal para o industrial.

A sala tem cerca de 5 mesas e um pequeno balcão onde algumas pessoas se atrevem de pé a degustar a sua francesinha, tem atrás do balcão o seu mestre José Pinto, que trabalha com habitual arte e gosto, porque o produto final não é feito de excesso de pressas. Na sala, a filha, sempre atenciosa e simpática, chega para as encomendas.

EPICURISTA ME CONFESSO****
Não arrisco a ir a este bufete que não seja fora do horário habitual de refeição. No meu caso, o ideal é sentar as pernas debaixo destas mesas por volta das 14h, porque é a forma de chegar, ver e vencer. Nas horas de ponta, é estar com paciência para esperar, que confesso não tenho nenhuma.

Quanto à Francesinha, justiça lhe faz a fama que tem, porque é realmente um dos melhores exemplares que o Porto leva até à mesa. O molho, normal ou picante, é muito bom, mas a minha preferência vai mesmo para a versão mais apetitosa. A matéria-prima é seguramente de grande qualidade, e o produto final tem alguns apontamentos interessantes como, por exemplo, o pão ser torrado e depois barrado com manteiga, antes de ensanduichado.  

Na minha apreciação, só não dou nota máxima porque acho uma falha grave, em casa tão tradicional e de boa matéria-prima, a opção pelas batatas congeladas de saco. Quanto a mim o único aspecto a mudar.

Quanto à conta, honesta. Uma Francesinha, um fino e um café e o valor andou pelos €12.
Portanto, mais uma grande Casa de Comida do Porto, obrigatória no roteiro de qualquer apreciador de francesinha. Bem haja!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

MATOSINHOS> TRADICIONAL> RESTAURANTE COSTA


O Restaurante Costa mora em Matosinhos, na zona mais rústica e tradicional da Rua Roberto Ivens – 205. Aberto ao almoço e jantar, sem hora exacta de fecho, é melhor só não bater à porta ao domingo, porque é o único dia da semana que não abrem.
Esta é uma típica casa de comida familiar, de porta aberta há mais de 50 anos, que vai na experiente segunda geração. A clientela é na sua maioria amiga e fiel há muitos anos, mas quem entra pela primeira vez nesta sala sente-se de certeza bem neste ambiente tão acolhedor.
A cozinha é tradicional portuguesa, com uma matriz muito caseira, chefiada desde sempre pela viúva do fundador, que tão bom nome deu a esta casa.
O timoneiro desta casa é o Fernando, chamado por muitos de Costa, que não o sendo também não se desfaz. É o genro da grande artesã de comida deste Restaurante, patroneando a sala com muita sabedoria e proximidade.
Tudo o que vem para cima desta mesa é proveniente de boa matéria-prima e confecionado com sabedoria e conservadorismo, mas destacam-se como especialidade o pernil de porco (cozido ou assado), o cozido à portuguesa, o arroz de frango caseiro, a cabeça de pescada, o peixe-galo com açorda de ovas e, na época, o capão.
EPICURISTA ME CONFESSO****
Este é um dos meus poisos favoritos quando estou com a gula a dar horas, mas não sei o que comer para a satisfazer. Nessa altura, pouco tempo perco a pensar e logo telefono ao Fernando a perguntar “hoje o que me dás de jantar?”…
Chegando à porta, estacionamento não é também problema, porque mesmo em frente ao Costa convive um parque de estacionamento privado para os comensais.

Mal nos sentamos, somos logo presenteados com broa e azeitonas, enquanto as pataniscas de bacalhau e as petingas, que completam as entradas habituais, vão para o tacho cozinhar.
Confesso que não sei se a carta de vinhos é grande ou pequena, porque o verde branco e tinto da casa, adquirido pelo Fernando na fonte, é de grande categoria.
Neste último jantar fui no pernil de porco cozido, acompanhado por uns fantásticos legumes, frescos e verdadeiros, ao melhor nível do melhor do que se pode encontrar no nosso burgo. Simplesmente uma dádiva divina na terra.
As sobremesas são passeadas de carrinho até à mesa, e vão das tradicionais rabanadas ao queijo com marmelada.
Quanto aos investimentos por aqui, como nunca vi a lista não os sei precisar, mas sei que pago quase sempre a módica quantia de €15 por cabeça, o que para o produto é manifestamente um bom investimento.
Quanto ao capão, este é também uma referencia por aqui obrigatória. Em dezembro, por altura da sua feira em Freamunde, o Fernando traz cerca de uma centena, que até ao final de Fevereiro já foi todo para a mesa. A minha preferência vai para o Capão à Bordalesa, que é de se comer e chorar por mais. Pena é que para o atacar é preciso pelo menos uma quadrilha à mesa.
Em resumo, uma verdadeira casa de comida portuguesa, de ambiente familiar, que recomendo e aconselho a não perderem mais tempo para a visitar…

domingo, 19 de fevereiro de 2012

sábado, 18 de fevereiro de 2012

PORTO> BAIXA> CACHORRINHOS> Cervejaria GAZELA




A Cervejaria Gazela mora há mais de 50 anos na Batalha, mesmo ao lado do Teatro São João, na primeira casa da Travessa do Cimo da Vila – 4. Aberto todos os dias da semana, do meio-dia até às 22h30, tem o justo descanso ao fim-de-semana.

Com uma barra de cerca de 20 lugares a toda a volta do altar de trabalho dos seus sábios artesões, não existe mesas neste espaço, apenas mais uma prateleira de fora, que dá apoio a quem em pé vai satisfazendo a gula.

Quem aqui se senta, não precisa de cardápio, porque já sabe para o que vai. O rei da casa é o conhecido Cachorrinho da Batalha, que pode ser complementado com um prego no pão, ou para os que não dispensam à refeição a faca e garfo, o prego em prato.

A Gazela apesar de típica é muito conhecida entre os portuenses, tendo entre os fiéis gente eclética e de todas as idades. À hora de almoço e jantar a casa cheia é a quem mais ordena, mas como quem lá vai é para comer e dar a vez, a espera por o valioso lugar na barra é breve. No resto do dia nunca está às moscas, mas a pressão sobre a produção amaina, e o balcão descansa de tanto entra e sai.

EPICURO ME CONFESSO*****

Gosto de ir à Gazela fora das horas de ponta, o que aconteceu mais uma vez na minha última visita. Cheguei cerca das 15h, e à volta do balcão estavam cerca de 10 pessoas. Perfeito para começar com enorme satisfação esta jornada de degustação.

Ao serviço estavam 2 dos 5 intervenientes que esta casa tem a rodar entre si, que davam conta de todo o trabalho. O senhor Américo, um dos sócios, com mais de 40 anos atrás deste balcão, foi o meu interlocutor.

Pedi um tradicional 1+1, que mais não é que quando sair o primeiro cachorrinho o segundo já esta a caminho, e assim quando terminar o de abertura não é preciso esperar pelo outro porque ele já esta a caminho da barra.

Enquanto ansiosamente esperava pelos “bichinhos”, pedi um príncipe, sempre a estalarem de frescos e com gola de espuma bem desenhada.

Para fechar, pedi um prego em pão, outra das propostas seguras desta casa.

A conta é sempre em conta, e dois cachorros (2,80€ cada), um prego em pão (2,80€) e um príncipe (1,30€) ficaram por uns bem gastos 9,70€.

Estes célebres cachorrinhos da Batalha, que tal como as boas Francesinha, são também já um símbolo da gastronomia portuense.

E vir à Gazela é sempre um acontecimento de boa memória. É que para além dos célebres cachorrinhos, é importante lembrar que para esta barra saem também um dos melhores finos do burgo. Esta combinação é claramente vencedora, pelo que na nossa memória fica sempre registado o “v” de volta… e de preferência rápida…

sábado, 11 de fevereiro de 2012

PORTO> BAIXA> TASQUINHOS> Casa Guedes




O Snack-Bar Guedes, mais conhecido por Casa Guedes mora na Praça dos Poveiros - 130, em plena Baixa.
O Guedes foi tomado pelos irmãos Correia de Baião, César e Manuel ao balcão e suas mulheres na cozinha, há 23 anos, mantendo esta casa de grande tradição cá do burgo, de frequência eclética na idade e interclassista nos ofícios.

O espaço é pequeno mas acolhedor, com quatro mesas e cinco lugares na barra, mais o “santuário” que alberga o pernil em cima do balcão.
Os Correia oferecem aos seus comensais diversas sensações divinas ao paladar, como a suas conhecidas Sandes de Pernil, sandes de porco preto e um queijo da serra exclusivo da casa, para além de refeições diárias ao almoço, feitas à moda antiga, como o arroz de cabidela, vitela assada, bacalhau à braga ou à Gomes de Sá.

EPICURO ME CONFESSO****
Tinha pouco tempo para almoçar, não mais que meia-hora, pelo que decidi por uma passagem pela “Guedes”, sempre local de boa memória qualquer hora do dia.
Cheguei com pouca fome, mas no final do primeiro round com a sandes de pernil, que a mastiguei mais com os lábios do que com os dentes, a gula venceu o estômago e tive de lhe dar mais trabalho.

O pernil óptimo, muito tenro e apetitoso, com picante no ponto, a sair por fora de um pão de mistura aquecido. Antes de ser emparelhado, um apontamento digno de referência, o de passar ainda pelo molho.

A acompanhar um verde da casa, proveniente de Baião, leve com 10,5% e cor ainda turva. Pedi um copo, mas deixou-me também a garrafa. Quando pedi o segundo, disse-me simpaticamente que “faça o favor de se servir que vai ver que até lhe sabe melhor”… E soube mesmo.

Para terminar em beleza, outro clássico da “Guedes”, o queijo com doce de abóbora feito lá, que é como se diz “de comer e chorar por mais”. O queijo pode ser da serra, que orgulhosamente refere “Fabrico Especial para a Casa Guedes – Celorico da Beira” ou mais mundano o que Quinta de Arcas.
A registadora à antiga, processo uns justos 10,60€, por 2 sandes de pernil (2,50€ cada), 2 flutes de vinho verde da casa (1€ cada), o queijo de Arcas com doce de abóbora (3€) e um café (0,60€).

Enfim, tudo o que deixa boa memória deve ser recordado, pelo que a próxima visita a esta verdadeira Casa de Comida deve ser muito em breve…

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PORTO> TRIPAS> Restaurante REI DOS GALOS DE AMARANTE




Depois da óptima surpresa de há cerca de uma semana no Restaurante Rei dos Galos de Amarante, fiquei com o sentido na cabeça e água na boca com a descrição da D. Maria Roda sobre a arte de bem cozinhar tripas. Hoje fui ao tira teimas e que tira teimas…

EPICURISTA ME CONFESSO*****

Começo por salientar a evolução da nota 4 para a 5. A razão: fabulosas tripas!

Esta é realmente uma grande casa de comida, um verdadeiro achado do bem cozinha na cidade do Porto, com matéria-prima de grande qualidade a um valor fantástico.

As tripas no ponto. O molho sem o toque de farinha que muitos tem para ficar menos aguado. A tripas muitíssimo bem lavadas e com uma cor fora do vulgar. O feijão cozido como deve ser.

Ao fim de três jornadas de tripas no prato, dei por concluído o campeonato, mas com muita pena minha porque a travessa estava vazia, senão a gula continuava a tentar-me. E não sei porquê , mas a verdade é que apesar de uma iguaria pesada ao estômago, parecia que tinha acabado uma refeição de dieta. Enfim uma das melhores tripas da cidade do Porto.

Depois, e com o andamento que estava, não resisti e fechei em beleza: requeijão com doce de abóbora com amêndoa. E que prolongamento, porque o difícil foi conseguir para de jogar com os sentidos e sensações.

O jarro de vinho da casa, não sei de honesto se muito bom, mas que soube pela vida, sem dúvida nenhuma.

Conta na mesa, e deixei lá com muito prazer 9,30€…

Fabuloso, a não perder!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

BRUXELAS> CENTRO> Restaurante TAVERNE DU PASSAGE


A Taverne du Passage não poderia morar em melhor local, nada mais nada menos que nas lindíssimas Galeries Royales Saint-Hubert.Inaugurada em 1928, esta casa recebe todos os dias os seus clientes, entre o meio-dia e a meia-noite.
Esta brasserie com arquitectura Art Deco, e uma tripulação de garçons de jaqueta branca impecavelmente engomado, recria uma atmosfera maravilhosa, característica de outra época.
O famoso pintor surrealista René Magritte era assíduo cliente neste clássico restaurante, que não mudou muito desde a sua época.
Do menu fazem parte algumas das principais especialidade da cozinha belga - Les croquettes aux crevettes (croquetes de camarão), Les anguilles (enguias), Les Moules (mexilhões), Le waterzooie (cozinhado à base de um cozido de frango ou peixe) - e francesa. O presunto (Le jambon d'Ardennes) tem também muita fama nesta grande instituição. A carta de vinhos é reconhecida e excepcional e inclusivamente já ganhou um prémio.
EPICURO ME CONFESSO*****
Por sugestão de um amigo, tive a oportunidade de dar um presente aos meus olhos e umas boas sensações ao palato.
A refeição privilegiada foi o jantar, e em vez do interior do restaurante ficamos numa mesa envolvida em plenas Galeries Royales Saint-Hubert.
Começamos com um vinho Bourgognes Blanc  (27€), honesto porque a carta de vinho que era uma verdadeira aventura. Repartimos como entrée a spécialité de la maison - croquettes aux crevettes (13 €). Depois como plat eu fui por um tártaro magnífico acompanhado por umas batatas fritas excelentes, apelidado por lá de Le filet américain (16,50€). O meu amigo não me recordo o que degustou. Para fechar tão memorável refeição, a minha preferência foi por uma baba au rhum "Negrita" (8,50€) aconselhada pelo experiente garçon. A conta final, a dividir por dois, deu quase 40€ “por cabeça”.
Para além do charme, esta Taverne du Passage é uma verdadeira casa de comida em Bruxelas. É caso para dizer “valeu a pena” e até um dia destes…

BRUXELAS> CENTRO> RUE DU BOUCHERS> Restaurantes



Bruxelas tem milhares de pessoas que por lá passam diariamente em trabalho ou turismo. É por isso uma cidade de excelência para os menos sérios se aproveitarem.
Os restaurantes em redor da Grand-Place, apesar de atractivos à vista, são normalmente uma armadilha aos forasteiros. Estão normalmente cheios de gentes, com empregados à porta, chatos e insistentes, que mostram menus/preços que depois na verdade nada têm a ver com a realidade.

Depois de nos sentarmos é que nos apercebemos: a simpatia já não é a mesma, tudo o que era fácil passa a ser difícil, o serviço é mau, a matéria-prima que chega à mesa trabalhada com pouca arte, para não falar na dolorosa final.

EPICURO ME CONFESSO*

Já estive quatro vezes em Bruxelas, das quais duas me sentei neste tipo de restaurantes e ambos na mesma zona, na Rua Du Bouchers, próximo da Grand-Place.
Apesar de ser uma rua com aspecto tradicional e atraente, com restaurantes seguidos de ambos os lados e um passeio estreito pedonal ao centro, o resultado final foi sempre o mesmo: um assalto à carteira, um serviço mau e uma gastronomia que não deixa memória.

Como são dezenas de restaurantes, acredito que haja excepções à regra, mas a atitude à porta é invariavelmente semelhante, as publicidades aos menus vs preço similares, e os relatos de amigos sempre com o mesmo desfecho.

As minhas experiencias tiveram um saldo entre os 40€ e os 50€ por pessoa.

Por isso, desaconselho vivamente sentar arrais nesta rua, e ficarmos só pela sua vivencia pedonal e pelo pano de fundo para algumas fotografias.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

PORTO> TASQUINHO> Restaurante REI DOS GALOS DE AMARANTE



O Rei dos Galos de Amarante convive há cerca de 35 anos na baixa, na Rua das Taipas – 121, mesmo ao lado da Antiga Cadeia da Relação, actualmente o Centro Português de Fotografia. Aberto todos os dias da semana, ao almoço e jantar, encerra para justo descanso ao fim-de-semana, excepto se ao sábado algum grupo reserve presença antecipadamente.
Nasceu como uma adega típica onde servia uns petiscos e vinho directamente do pipo, era muito procurada por tertúlias estudantis, tendo sido inclusivamente baptizada neste meio por «academia do rei dos galos», simbolicamente assinalada com uma placa de mármore da parede. Passaram por estas mesas jovens estudantes como, por exemplo, Siza Vieira.Com a saída de muitas das faculdades do centro da cidade, a casa sofreu e evoluiu para restaurante regional, com muita pena da gerência.
Os donos, um casal natural de Amarante, são de grande simpatia e um cartão-de-visita do bem receber portuense. A D. Maria Rosa manda na cozinha e o Sr. Rodrigo no balcão e nas mesas.
A diária é uma autentica oferenda gastronómica aos deuses, composta por: (2ª) desfeita; (3ª) favas com presunto e frango na caçarola; (4ª) feijão à transmontana; (5ª) tripas à moda do Porto e arroz de pato; (6ª) cozido à portuguesa e coelho à caçador… e todos os dias, desde que marcado de véspera, um arroz de cabidela de frango do campo, muito consagrado entre a freguesia.
EPICURO ME CONFESSO****
Almocei nesta casa dos Pereiras na passada 3ª feira e tive a oportunidade de degustar as favas com presunto e provar o frango na caçarola.
Quanto às favas, divinais. Muito tenras e gostosas, com um presunto no ponto, e um caldo muito apuradinho, daqueles que o pão agradece. O frango também muito bom, bem alourado e com umas batatas às rodelas verdadeiras e bem fritas, acompanhas com uns grelos frescos.
No final, tive a oportunidade de falar com a patroa da cozinha, a D. Maria Rosa, que me explicou como faz as suas tripas, e confesso que ainda estou com água na boca, mas que vou poder tirar numas destas próximas quintas-feiras. À despedida aconselhou-me que na próxima visita prove também o requeijão com doce de abóbora feito por ela…
Quanto à conta, muito em conta. Meia dose de favas por 6€ e meia de frango por 7,50€, pelo que a minha parte valeu bem os 8€ que lá deixei.
O Rei dos Galos é uma morada que conjuga a arte de bem cozinhar com um ambiente familiar, acolhedor e muito castiço. Enfim, o que se pode chamar uma verdadeira casa de comida!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

MACEDO CAVALEIROS> TASQUINHO> Restaurante Choupada (ou) 5 Croas


O Restaurante Choupada, mais conhecido por 5 Croas, fica na Choupada, em Macedo de Cavaleiros. Como é muito conhecido, quando chegar ao centro de Macedo pergunte aonde fica que é a maneira mais fácil de lá chegar. Se tiver dúvidas pode-as tirar através do telefone da casa: 278 421 556.

Aberto todos os dias ao almoço e ao jantar, mas atenção que à noite fecha relativamente cedo, pelo que se chegar depois das 21h30 o mais provável é ficar sem jantar.

O espaço é muito simples, sem qualquer preocupação de requinte, patroneado na sala pelo Sr. Armando, o dono, e na cozinha pela sua mulher.

EPICURO ME CONFESSO****

Enquanto esperava pela Posta à Choupada, na mesa umas boas azeitonas caseiras e um pão que não se encontra nos grandes centros urbanos entretinham o meu tempo.

Não tinha passado muito tempo, quando pela mão do timoneiro deste barco, chegou à mesa a tão aguardada posta de carne, acompanhada de uma salada de alface de horta caseira e a tradicional batata cozida. Eu como gosto muito de batatas fritas e nesta casa são muito boas, pedi ao Sr. Armando que acedeu ainda que a contragosto.

A matéria-prima é de grande qualidade, bem grelhada, muito saborosa, tenra e suculenta. Como aprecio a carne muito mal passada, solicitei, visto que normalmente a carne aqui vem a meio termo.

A acompanhar o vinho maduro tinto da casa, que é de produção local e do próprio, que é um vinho típico de lavrador, puro e honesto, mas que casa muito bem com a posta.

Finalmente, e para terminar em beleza, um queijo com marmelada e doce de abóbora da casa excelente.

A conta final ficou-se por uns bem dados 10€ “por cabeça”, que tendo em conta a qualidade e quantidade da carne deve dar que pensar a muito bom talhante. A Posta à Choupada, que dá à vontade para 2 pessoas, vale 12€; queijo com marmelada e doce de abóbora fica-se pelos 2€.

Por tudo isto e muito mais que não consegui transmitir e mostrar, este é um ponto de paragem obrigatória para quem andar por estas bandas.

FESTAS> MACEDO CAVALEIROS> Feira da Caça e do Turismo


Este fim-de-semana decorreu em Macedo de Cavaleiros a Feira da Caça e do Turismo. De informação turística tinha pouco, aliás o nosso país é normalmente muito pouco feliz a promover as suas melhores coisas, mas turistas como eu, uns quantos. Quanto à Caça, como não sou praticante nem tão pouco fã, não sei se era boa ou não, mas tinha umas quantas barracas interessantes adjacentes, nas quais destaco uma de Amarante de calçado artesanal, outra de roupas em lã da Serra da Estrela e uma de bonés de campo com uma enorme variedade.
Finalmente, a melhor zona, que era constituída por gastronomia regional. Não tendo muitos expositores da casa, o que é pena porque estamos numa zona onde se come muito bem, uma mostra rica em queijos, enchidos, licores caseiros e pastelaria tradicional. Aqui destaco uma proveniente do Sabugueiros e de seu nome “Enchido Serrano” (sito na Rua das Barreiras – Sabugueiro - Seia), com uma fabulosa bola de enchidos e queijo da serra. A acompanhar bebi de uma barraca próxima uma sangria de ginja, que provei pela primeira vez e foi uma agradável surpresa à boca.
EPICURO ME CONFESSO**
Vir à Feira pela Feira, na minha opinião não vale a pena. Aproveitar a Feira como motivo para um fim-de-semana em Macedo de Cavaleiros, onde completamos o programa com uma boa posta de carne à mesa e uma dormida em ambiente confortável e agradável já me parece uma boa opção.
E foi isso que aconteceu…

domingo, 29 de janeiro de 2012

PORTO> TASQUINHAS> Taberna A BADALHOCA



A Taberna A Badalhoca, ou vulgarmente só chamada no burgo por “Badalhoca”, vive há mais de 120 anos junto às traseiras do Colégio do Rosário, na Rua Dr. Alberto Macedo - 437, em Ramalde.
Referenciado em cima do Balcão como da “Família Zuzarte”, e única em Portugal segundo os próprios, a grande timoneira e a cara da casa é a D. Lurdes, mais conhecida por Badalhoca, que comanda com autoridade os restantes serviçais.
Com uma clientela que atravessa transversalmente todos os estratos sociais, subscrevo o que um dia li e se referia que é nessa mistura que se compõe um ambiente familiar e extremamente democrático
Do almoço até perto das 8 da noite, menos ao Sábado à tarde e ao Domingo, a Badalhoca não tem mãos a medir, enquanto o marido, Sr. Fernando, passa o tempo, impávido e sereno, mecanicamente à volta da máquina a fatiar o presunto. O filho Alfredo é como um “pião das nicas”, dando uma mão onde é necessário.
Sou cliente há muitos anos, até porque habitamos no mesmo bairro do Pinheiro Manso, e ainda conheci esta “toca” com serrim no chão, mas actualmente trocaram essa pratica pela tijoleira, mas a evolução foi coerente e não deixou que qualquer modernidade estragasse a mística.
Continua um “ninho” boavisteiro, com fotografias e noticias a decorar, e com o fanatismo dos Zuzartes a não se moderar, mesmo com o Boavista a fazer a travessia no deserto.
Em frente mora a Padaria deles, um importante braço direito da Tasca da Badalhoca, com pão sempre fresco e de grande gabarito. O porco é bom, mas o segredo está na conjugação do pão estaladiço e saboroso com o presunto bem fatiado e “fresco”, ou não vendessem mais de 100 pernas por mês.
EPICURO ME CONFESSO****
Apesar de mais de uma dezena de opções disponíveis para os comensais, e que vão das postas de bacalhau às iscas de fígado, das tripas ao bucho, passando pelas bifanas, e das muito solicitadas canecas de vinho da casa (nomeadamente o espadal), confesso que a minha primazia nesta casa são as sandes de presunto.
Ainda esta semana, passei por cá e por gula parei para comer uma sandes de presunto e beber uma Super Bock em garrafa, mas não resisti aos meus instintos e só consegui acabar à terceira.
Este é sem dúvida um canto deste nosso Porto a voltar. Quando a Primavera chegar e os dias aumentarem, vale a pena ao final de tarde dar “dois dedos de conversa” e vir aqui degustar umas sandes de presunto e uma cerveja ao ar livre, à porta da Badalhoca.
O preço é também muito convidativo: 3 sandes de presunto (1,40€/cada), mais uma cerveja Super Bock em garrafa (1,50€), e aquelas mãos que tanto albergam o dinheiro como servem presunto, receberam 4,30€.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PORTO> TRIPAS> Restaurante REGALEIRA




O restaurante Regaleira habita no centro da baixa, mais concretamente na Rua do Bonjardim – 87. Está aberta todos os dias, excepto ao Sábado.
Desde que nasci que lá vou, por isso sinto-me da casa e assim sou tratado por todos os amigos que trabalham lá. Esta fotografia descobria aqui no meu arquivo fotográfico de família, e é de um grupo de amigos do meu avô, que durante décadas semanalmente se reunião nesta verdadeira casa de comida portuense.
Aberta em 1933, está próxima de celebrar 80 anos de porta aberta. A arquitectura interior, fiel ao passar do tempo desde 1952, tem a curiosidade de ter sido criada por jovem arquitecto portuense da altura, Alfredo Coelho de Magalhães, que em 1980 foi eleito presidente da Câmara Municipal do Porto.
É um clássico portuense, que marca a história da gastronomia do nosso burgo, que mantém ao leme o senhor Augusto e o senhor Manuel há décadas.
Nos nossos dias, a principal referencia pelo que este restaurante é citado advém de ter sido a fundadora da nossa portuense Francesinha, construída em 1952 por um empregado da casa chamado Daniel, e que este ano se tornou sexagenária.
Por considerar que a Regaleira é muito mais do que a Francesinha, hoje escrevo sobre as suas Tripas à Moda do Porto, ficando para próxima visita a escrita sobre a Francesinha.
EPICURO ME CONFESSO****
Esta é uma casa conservadora, eu diria mesmo saudosista, com um serviço experiente e uma clientela fiel. Com uma sala grande e um balcão comprido, quando se passa a porta parece que recuamos umas décadas no tempo.
A carta é abonada, e a matéria-prima de qualidade e sem grandes criatividades, a um preço justo e equilibrado.
Tem um fino, que deve ser pedido para servirem em copo baixo, muito bom, e que para quem ande com sede ao final da tarde na baixa portuense, merece também uma paragem no balcão, e se a fome apertar a acompanhar com um prego em pão de grande qualidade, daqueles que se comem com os lábios.
Às quartas-feiras é dia de tripas à moda do Porto e, por isso, foi hoje o meu almoço e, como eu gosto, sentado naquela barra à antiga, muito bem patroneada pelo Alberto. Ao meu paladar estão certamente entre as de minha preferência cá pelo nosso burgo, pelo que aconselho a sua escolha. Uma nota castiça, quando pedi picante, em vez do usual liquido serviram-me um pires com sementes de piri-piri, e a parceria foi claramente vencedora.
No final a conta ficou-se pelos 7,40€, divididos pelas tripas (5,50€), fino (1,20€) e café (0,70€). À mesa fica um pouco mais caro, mas à mesma muito em conta.

sábado, 21 de janeiro de 2012

ANSIÃES> TASQUINHO> Café ESTRELA DA MANHÃ





O Café Estrela da Manhã mora no lugar do Pinheiro da freguesia de Candemil, em Ansiães. Parece difícil à primeira vista, mas mais fácil de chegar é mesmo difícil. Saindo do Porto, percorremos a A4, e quando começamos a subir o Marão, depois de passar Amarante, existe uma saída para Ansiães. Virando à direita andamos cerca de 1 km e do nosso lado direito aparece este templo de boa comida.
O ambiente é de um tradicional café de aldeia, onde os mais velhos jogam dominó ou a sueca, e na sala ao lado assentamos arrais, numa mesa com bancos corridos, patroneada pelo simpático e atencioso senhor Jaime.
EPICURO ME CONFESSO****
Ainda de pé à volta da mesa, vieram uns quantos enchidos, desde o presunto ao chouriço da zona, com pão de Pedornelo. Quando nos sentamos, umas cebolilhas em vinho verde passearam-se sobre a mesa, com um vinho verde tinto de Vila Garcia, bebido em malga, a acompanhar.
Passada a entrada, mas continuando com o mesmo verde, começamos com uma assadura, que mais não era que umas febras em vinha de alhos, em ponto de rebuçado para enchimento de salpicões. Depois, e para acamar, veio uma posta de novilho, alta e bem grelhada, com umas couves da terra a acompanhar.
Com o café bebemos um xiripiti de aguardente de vinho verde da Adega Cooperativa de Amarante.
A conta final ficou-se por uns (decididos a olho) 10€ “por cabeça”. J
Este é um ponto de paragem obrigatória para quem a caminho de Vila Real queira comer muito bem a um preço simbólico. Bem-haja este nosso Portugal profundo e verdadeiro.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PORTO> FRANCESINHA> Restaurante-Marisqueira GAMBAMAR


O Restaurante-Marisqueira Gambamar mora na Rua do Campo Alegre – 110. Com mais de 35 anos de actividade, está aberto todos os dias das 12h até perto das 2h.

Mantém uma traça tradicional, não entrando em grandes modernidades, mas continua com uma sala confortável, pouco barulhenta e uma barra de meter inveja a muito boa casa. Com um ambiente privilegiado e acolhedor, é muito frequentado por empresários e políticos, mas também ponto de encontro de forças vivas do nosso burgo.

A matéria-prima é de primeira qualidade e a cozinha e o snack experiente. Os mariscos de primeira água. A carta diária curta, com muito poucas alterações ao longo do ano, a um preço equilibrado.

EPICURO ME CONFESSO***

Vou com regularidade ao Gambamar, mas Francesinha é escolha rara por esta paragem. Normalmente sigo por um seguro Bife à Russa e ao sábado pelas tripas.

Mas como estava num registo de Francesinhas, aí veio ela com um prato de batatas frias a acompanhar. Não posso dizer que fiquei desiludido, porque ilusão não a tinha criado antecipadamente. O molho é soft, bom para quem se quer iniciar a esta modinha, mas curto de boca para consagrados. O bife em vez da carne assada, ao meu paladar não ajuda, muito menos muito passado como estava. O equilíbrio de sabores do produto final é honesto, mas a gula pede mais.

O fino bom, sem ser memorável.

Francesinha (9,80€), batata frita (1,60€), 2 finos em copo baixo (2,60€) e café (0,90€), e a conta ficou por 15€.

O Gambamar continua no meu roteiro, mas não para degustar uma Francesinha. Bom local para um almoço de trabalho e óptimo escolha para uma refeição solitária ao balcão.

sábado, 14 de janeiro de 2012

BARCELONA> A Sagrada Comida


Barcelona é uma cidade fantástica em termos de gastronomia e vivência, com um carácter e forma de estar muito particulares. As suas “catedrais gastronómicas”, impares quer pela atmosfera que geram como pela matéria-prima que servem, são memoráveis. Se locais tradicionais e intemporais como, por exemplo, o Vaso D’ Oro ou a Can Paixano nos marcam pelo seu carácter genuíno, a Catalana contribui com a sua “boa onda”, e La Boqueria com a beleza e cor.

O tempo para este tipo de vivência é sempre pouco, até porque o estômago humano é como que um “gargalo na produção”, por isso, ficou para uma próxima oportunidade, que espero breve, ir para a zona de Poble Sec, e desfrutar de casas como o Bar de Tapas Quimet & Quimet (Calla Poeta Cabanyes – 25) considerado um dos melhores locais de tapas frias, ou a Taverna Can Margarit (Calla de La Concordia – 21). Outra das visitas obrigatórias será ao El Xampanyet, um bar à moda antiga, com mais de 90 anos, com a sua tradicional  cava, mesmo junto ao Museu Picasso, na Calla Montcada – 22. Finalmente, e visto que há catedrais que têm de ser obrigatoriamente revisitadas, tentar arranjar um tempinho para sentar as minhas pernas debaixo da mesa do Restaurante Señor Parellada, em pleno bairro do Born (Calla Argenteria – 37) para degustar a típica comida catalã.

Uma última nota, tem haver com o facto de tudo o que está virado para o turista ser mau e pouco honesto, pelo que o melhor não entrar no primeiro lugar que aparece e “ganhar” tempo na procura do original e na convivência com a verdadeira gente da terra. É este o contributo que tentarei nos escritos seguintes…

BARCELONA> CENTRO> Hotel ESPAÑA RAMBLAS****


O Hotel España está situado na Calle Sant Pau, a meio da centralíssima La Rambla, num local óptimo para quem vai como turista, e dispõe de 82 quartos.
Este hotel histórico de Barcelona foi inaugurado em 1859 e foi completamente restaurado em 2010.
EPICURO ME CONFESSO…****
Na minha última passagem por Barcelona, lancei âncora neste porto de abrigo. Para além da sua fantástica localização e história, saliento que o site deste hotel tem a opção de língua portuguesa, característica pouco usual, que aumentou a minha convicção no momento da reserva.

E não me arrependi, porque o hotel está muito bem recuperado, com um cruzamento feliz entre o antigo e o moderno, criando um ambiente acolhedor e confortável.

Mas o melhor foi mesmo à chegada, quando o anfitrião da recepção se saiu com este apontamento maravilhoso: “Conheço o Porto e a sua cidade é como a minha, sempre prejudicada pela capital, menos no futebol que eles não vão lá…”

O preço dia na época baixa (Janeiro) foi de €76,50, marcado através do Booking.com

BARCELONA> CENTRO> Mercat LA BOQUERIA


O Mercat LA BOQUERIA fica situado a meio da rua mais central de Barcelona, Las Ramblas. Esta aberto de 2ª a sábado, das 7h às 20h.

É considerado um dos melhores mercados do mundo, inclusivamente ganhou em 2005, num congresso sobre mercados realizado nos EUA, o prémio de melhor do mundo.

Em La Boqueria encontra-se de tudo o que se pode imaginar no domínio de matéria-prima gastronómica, com uma qualidade fantástica e a bom preço.

Para além disso, é extraordinária a forma como tudo é dado a ver aos nossos olhos: as cores, os produtos muito bem iluminados, muito organizados, com bancas “temáticas” por género de produtos, enfim dá vontade de comprar tudo…

Esta é a prova do que é tradicional tem mercado e é muito procurado, porque basta ver La Boqueria sempre cheio ao longo do dia.

EPICURO ME CONFESSO…*****
Subscrevo o que um dia li sobre La Boqueria: “Para quem faz «turismo de comida» este será a vossa Sagrada Família”
É um local obrigatório para quem visita Barcelona. Eu, pessoalmente, quando vou lá não falho um único dia, seja para beber os fantásticos sumos vendidos nas bancas de frutas sempre fresquinhos, para comprar umas frutas a bom preço, ou então levar uns queijos e fumados para petiscar no quarto do hotel, para além do sentimento de alegria e de bem estar aos olhos que La Boqueria nos proporciona.
Confesso que o meu sonho era mesmo ter um mercado destes na minha rua, em vez de um Pingo Doce…

BARCELONA> BARCELONETA> Cervesaria VASO D’ORO


A Cervesaria Vaso D’Oro está localizada em Barceloneta, na Calla Balboa - 7. Está aberta todos os dias, das 9h às 0h00.

Este é um bar tradicional de tapas da Catalunha, com uma decoração clássica onde se destacam a madeira e os azulejos decorativos, quase que em forma de navio, com os camareros impecavelmente vestidos de marinheiros. A barra é longa, mas sempre muito concorrida, e o melhor é mesmo esperar pela vez, porque qualquer tempo aqui não é dado como mal empregue. A pequena dimensão e a morfologia estreita promovem uma atmosfera simpática e sociável, onde o tempo passa a correr.

O Vaso D’Oro tem uma boa frequência, acomodando no seu espaço maioritariamente locais e alguns estrangeiros de visita regular à cidade.

Tem a fama de ter a melhor cerveja da cidade, de produção artesanal feita na casa. Aqui não se tiram as cervejas de uma forma tradicional, é de boca aberta com o copo pousado a ver-se a espuma a crescer. Depois vai o camarero com uma espátula de madeira fazer uma raspagem na boca do copo seguida de mais um curto preenchimento, e com um orgulho catalão muito característico o pousa com força em cima da barra.

A combinação de uma cerveja fantástica e bem gelada e de boas tapas, torna este lugar num porto seguro, excepcional e autentico, onde custa levantar para ir embora.

EPICURO ME CONFESSO…*****

Do que conheço de Barcelona, o Vaso D’Oro tem a minha preferência. Apesar de o espaço ser pequeno e sempre com muita gente, tudo é incrivelmente bom. A começar pelo ambiente, passando pelos camareros que falam alto mas são de uma atenção e profissionalismo irrepreensível, até à matéria-prima que é digna de recordação. A cerveja da casa é memorável e todas as tapas óptimas.

Levando em conta que não estamos a falar de um Restaurante e que é difícil estar em Barcelona e não passar com regularidade pelo Vaso D’Oro, a visita aqui tem os seus custos, mas no final nunca o investimento é dado como mal empregue.

Patatas Bravas, Patatas Aliñadas, Pimentos Padron, Solomillo com Foi (partido em bocados) e atún partilhado por duas pessoas ao que se somaram as cervejas, e a dolorosa bateu nos €40.

SITE: não tem