O Epicurista Portuense

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domingo, 29 de janeiro de 2012

PORTO> TASQUINHAS> Taberna A BADALHOCA



A Taberna A Badalhoca, ou vulgarmente só chamada no burgo por “Badalhoca”, vive há mais de 120 anos junto às traseiras do Colégio do Rosário, na Rua Dr. Alberto Macedo - 437, em Ramalde.
Referenciado em cima do Balcão como da “Família Zuzarte”, e única em Portugal segundo os próprios, a grande timoneira e a cara da casa é a D. Lurdes, mais conhecida por Badalhoca, que comanda com autoridade os restantes serviçais.
Com uma clientela que atravessa transversalmente todos os estratos sociais, subscrevo o que um dia li e se referia que é nessa mistura que se compõe um ambiente familiar e extremamente democrático
Do almoço até perto das 8 da noite, menos ao Sábado à tarde e ao Domingo, a Badalhoca não tem mãos a medir, enquanto o marido, Sr. Fernando, passa o tempo, impávido e sereno, mecanicamente à volta da máquina a fatiar o presunto. O filho Alfredo é como um “pião das nicas”, dando uma mão onde é necessário.
Sou cliente há muitos anos, até porque habitamos no mesmo bairro do Pinheiro Manso, e ainda conheci esta “toca” com serrim no chão, mas actualmente trocaram essa pratica pela tijoleira, mas a evolução foi coerente e não deixou que qualquer modernidade estragasse a mística.
Continua um “ninho” boavisteiro, com fotografias e noticias a decorar, e com o fanatismo dos Zuzartes a não se moderar, mesmo com o Boavista a fazer a travessia no deserto.
Em frente mora a Padaria deles, um importante braço direito da Tasca da Badalhoca, com pão sempre fresco e de grande gabarito. O porco é bom, mas o segredo está na conjugação do pão estaladiço e saboroso com o presunto bem fatiado e “fresco”, ou não vendessem mais de 100 pernas por mês.
EPICURO ME CONFESSO****
Apesar de mais de uma dezena de opções disponíveis para os comensais, e que vão das postas de bacalhau às iscas de fígado, das tripas ao bucho, passando pelas bifanas, e das muito solicitadas canecas de vinho da casa (nomeadamente o espadal), confesso que a minha primazia nesta casa são as sandes de presunto.
Ainda esta semana, passei por cá e por gula parei para comer uma sandes de presunto e beber uma Super Bock em garrafa, mas não resisti aos meus instintos e só consegui acabar à terceira.
Este é sem dúvida um canto deste nosso Porto a voltar. Quando a Primavera chegar e os dias aumentarem, vale a pena ao final de tarde dar “dois dedos de conversa” e vir aqui degustar umas sandes de presunto e uma cerveja ao ar livre, à porta da Badalhoca.
O preço é também muito convidativo: 3 sandes de presunto (1,40€/cada), mais uma cerveja Super Bock em garrafa (1,50€), e aquelas mãos que tanto albergam o dinheiro como servem presunto, receberam 4,30€.

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