O Epicurista Portuense

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Um Blog de prazeres profundos, mesmo que por vezes muito simples...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

PORTO> BAIXA> TASQUINHOS> Casa Guedes




O Snack-Bar Guedes, mais conhecido por Casa Guedes mora na Praça dos Poveiros - 130, em plena Baixa.
O Guedes foi tomado pelos irmãos Correia de Baião, César e Manuel ao balcão e suas mulheres na cozinha, há 23 anos, mantendo esta casa de grande tradição cá do burgo, de frequência eclética na idade e interclassista nos ofícios.

O espaço é pequeno mas acolhedor, com quatro mesas e cinco lugares na barra, mais o “santuário” que alberga o pernil em cima do balcão.
Os Correia oferecem aos seus comensais diversas sensações divinas ao paladar, como a suas conhecidas Sandes de Pernil, sandes de porco preto e um queijo da serra exclusivo da casa, para além de refeições diárias ao almoço, feitas à moda antiga, como o arroz de cabidela, vitela assada, bacalhau à braga ou à Gomes de Sá.

EPICURO ME CONFESSO****
Tinha pouco tempo para almoçar, não mais que meia-hora, pelo que decidi por uma passagem pela “Guedes”, sempre local de boa memória qualquer hora do dia.
Cheguei com pouca fome, mas no final do primeiro round com a sandes de pernil, que a mastiguei mais com os lábios do que com os dentes, a gula venceu o estômago e tive de lhe dar mais trabalho.

O pernil óptimo, muito tenro e apetitoso, com picante no ponto, a sair por fora de um pão de mistura aquecido. Antes de ser emparelhado, um apontamento digno de referência, o de passar ainda pelo molho.

A acompanhar um verde da casa, proveniente de Baião, leve com 10,5% e cor ainda turva. Pedi um copo, mas deixou-me também a garrafa. Quando pedi o segundo, disse-me simpaticamente que “faça o favor de se servir que vai ver que até lhe sabe melhor”… E soube mesmo.

Para terminar em beleza, outro clássico da “Guedes”, o queijo com doce de abóbora feito lá, que é como se diz “de comer e chorar por mais”. O queijo pode ser da serra, que orgulhosamente refere “Fabrico Especial para a Casa Guedes – Celorico da Beira” ou mais mundano o que Quinta de Arcas.
A registadora à antiga, processo uns justos 10,60€, por 2 sandes de pernil (2,50€ cada), 2 flutes de vinho verde da casa (1€ cada), o queijo de Arcas com doce de abóbora (3€) e um café (0,60€).

Enfim, tudo o que deixa boa memória deve ser recordado, pelo que a próxima visita a esta verdadeira Casa de Comida deve ser muito em breve…

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PORTO> TRIPAS> Restaurante REI DOS GALOS DE AMARANTE




Depois da óptima surpresa de há cerca de uma semana no Restaurante Rei dos Galos de Amarante, fiquei com o sentido na cabeça e água na boca com a descrição da D. Maria Roda sobre a arte de bem cozinhar tripas. Hoje fui ao tira teimas e que tira teimas…

EPICURISTA ME CONFESSO*****

Começo por salientar a evolução da nota 4 para a 5. A razão: fabulosas tripas!

Esta é realmente uma grande casa de comida, um verdadeiro achado do bem cozinha na cidade do Porto, com matéria-prima de grande qualidade a um valor fantástico.

As tripas no ponto. O molho sem o toque de farinha que muitos tem para ficar menos aguado. A tripas muitíssimo bem lavadas e com uma cor fora do vulgar. O feijão cozido como deve ser.

Ao fim de três jornadas de tripas no prato, dei por concluído o campeonato, mas com muita pena minha porque a travessa estava vazia, senão a gula continuava a tentar-me. E não sei porquê , mas a verdade é que apesar de uma iguaria pesada ao estômago, parecia que tinha acabado uma refeição de dieta. Enfim uma das melhores tripas da cidade do Porto.

Depois, e com o andamento que estava, não resisti e fechei em beleza: requeijão com doce de abóbora com amêndoa. E que prolongamento, porque o difícil foi conseguir para de jogar com os sentidos e sensações.

O jarro de vinho da casa, não sei de honesto se muito bom, mas que soube pela vida, sem dúvida nenhuma.

Conta na mesa, e deixei lá com muito prazer 9,30€…

Fabuloso, a não perder!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

BRUXELAS> CENTRO> Restaurante TAVERNE DU PASSAGE


A Taverne du Passage não poderia morar em melhor local, nada mais nada menos que nas lindíssimas Galeries Royales Saint-Hubert.Inaugurada em 1928, esta casa recebe todos os dias os seus clientes, entre o meio-dia e a meia-noite.
Esta brasserie com arquitectura Art Deco, e uma tripulação de garçons de jaqueta branca impecavelmente engomado, recria uma atmosfera maravilhosa, característica de outra época.
O famoso pintor surrealista René Magritte era assíduo cliente neste clássico restaurante, que não mudou muito desde a sua época.
Do menu fazem parte algumas das principais especialidade da cozinha belga - Les croquettes aux crevettes (croquetes de camarão), Les anguilles (enguias), Les Moules (mexilhões), Le waterzooie (cozinhado à base de um cozido de frango ou peixe) - e francesa. O presunto (Le jambon d'Ardennes) tem também muita fama nesta grande instituição. A carta de vinhos é reconhecida e excepcional e inclusivamente já ganhou um prémio.
EPICURO ME CONFESSO*****
Por sugestão de um amigo, tive a oportunidade de dar um presente aos meus olhos e umas boas sensações ao palato.
A refeição privilegiada foi o jantar, e em vez do interior do restaurante ficamos numa mesa envolvida em plenas Galeries Royales Saint-Hubert.
Começamos com um vinho Bourgognes Blanc  (27€), honesto porque a carta de vinho que era uma verdadeira aventura. Repartimos como entrée a spécialité de la maison - croquettes aux crevettes (13 €). Depois como plat eu fui por um tártaro magnífico acompanhado por umas batatas fritas excelentes, apelidado por lá de Le filet américain (16,50€). O meu amigo não me recordo o que degustou. Para fechar tão memorável refeição, a minha preferência foi por uma baba au rhum "Negrita" (8,50€) aconselhada pelo experiente garçon. A conta final, a dividir por dois, deu quase 40€ “por cabeça”.
Para além do charme, esta Taverne du Passage é uma verdadeira casa de comida em Bruxelas. É caso para dizer “valeu a pena” e até um dia destes…

BRUXELAS> CENTRO> RUE DU BOUCHERS> Restaurantes



Bruxelas tem milhares de pessoas que por lá passam diariamente em trabalho ou turismo. É por isso uma cidade de excelência para os menos sérios se aproveitarem.
Os restaurantes em redor da Grand-Place, apesar de atractivos à vista, são normalmente uma armadilha aos forasteiros. Estão normalmente cheios de gentes, com empregados à porta, chatos e insistentes, que mostram menus/preços que depois na verdade nada têm a ver com a realidade.

Depois de nos sentarmos é que nos apercebemos: a simpatia já não é a mesma, tudo o que era fácil passa a ser difícil, o serviço é mau, a matéria-prima que chega à mesa trabalhada com pouca arte, para não falar na dolorosa final.

EPICURO ME CONFESSO*

Já estive quatro vezes em Bruxelas, das quais duas me sentei neste tipo de restaurantes e ambos na mesma zona, na Rua Du Bouchers, próximo da Grand-Place.
Apesar de ser uma rua com aspecto tradicional e atraente, com restaurantes seguidos de ambos os lados e um passeio estreito pedonal ao centro, o resultado final foi sempre o mesmo: um assalto à carteira, um serviço mau e uma gastronomia que não deixa memória.

Como são dezenas de restaurantes, acredito que haja excepções à regra, mas a atitude à porta é invariavelmente semelhante, as publicidades aos menus vs preço similares, e os relatos de amigos sempre com o mesmo desfecho.

As minhas experiencias tiveram um saldo entre os 40€ e os 50€ por pessoa.

Por isso, desaconselho vivamente sentar arrais nesta rua, e ficarmos só pela sua vivencia pedonal e pelo pano de fundo para algumas fotografias.